Via Láctea pode ser 50 vezes maior do que pensávamos

Com seus 100 mil anos-luz de diâmetro e um número estimado entre 100 e 400 bilhões de estrelas, a Via Láctea já seria grande o suficiente. Porém, uma nova análise realizada por astrônomos do Instituto Politécnico Rensselaer, nos EUA, revelou que a nossa galáxia pode ser 50% maior do que pensávamos. Os cientistas chegaram a essa conclusão depois de avaliar informações obtidas a partir do SDSS (Sloan Digital Sky Survey), o maior e mais audacioso levantamento astronômico em progresso no momento.

Os pesquisadores estavam reavaliando a distância e brilho das estrelas que se encontram nos limites da Via Láctea, quando resolveram dar mais atenção ao Anel de Monoceros, um filamento em forma de anel composto por estrelas que envolve a nossa galáxia três vezes. Segundo explicaram, a Via Láctea é relativamente achatada, e essa formação, que se situa a 65 mil anos-luz de distância do centro da galáxia, a rodeia de cima a baixo.

Originalmente, os astrônomos acreditavam que esse filamento era composto por estrelas que haviam se separado da nossa galáxia vizinha Anã do Cão Maior, devido a interações com a Via Láctea. Contudo, a nova análise sugere que o anel faz parte da nossa galáxia, e que ele pode ter sofrido influência de galáxias próximas. Segundo os cientistas, o anel conta com ondulações que podem ter sido provocadas após uma galáxia anã ter atravessado a estrutura.

Caso seja comprovado que o Anel de Monoceros realmente faz parte da Via Láctea, isso significa que em vez de a nossa galáxia contar com 100 mil anos-luz de diâmetro, sua dimensão é de cerca de 150 mil anos-luz. Os pesquisadores ainda pretendem avaliar outro filamento de estrelas que se encontra mais distante, e que potencialmente poderia expandir o tamanho da Via Láctea ainda mais.

Os astrônomos deverão conferir dados obtidos através da sonda espacial europeia Gaia, que também está realizando um mapeamento das estrelas da Via Láctea e oferece imagens celestes de maior resolução do que as disponibilizadas pelo SDSS. O estudo com as análises realizadas até agora foi publicado no Astrophysical Journal.

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