Você sabe o que é combustão humana espontânea?

Um corpo humano em cinzas, pernas e cabeça preservadas, sem fontes de calor por perto, em um cenário em que nada mais pegou fogo. Desde 1731, quando a condessa italiana Cornelia Baudi foi encontrada morta em sua cama, casos assim são discutidos. O fenômeno é raro: apenas 200 mortes foram registradas como combustão espontânea até hoje. Atualmente, porém, especialistas classificam esses eventos como combustão humana continuada, entenda:

Especulações

Quando os primeiros casos ocorreram, no século XVII, a população (incluindo alguns cientistas) atribuíam as ocorrências a castigos divinos para as pessoas que afrontavam a sociedade. Mulheres alcoólatras e tidas como desequilibradas seriam as principais vítimas

No livro Ablaze!, o norte-americano Larry Arnold, estudioso de fenômenos paranormais, sugere que a combustão se deve ao pyroton, uma partícula subatômica. Em condições específicas, ela aumentaria a temperatura do corpo. A existência do pyroton nunca foi comprovada

O perito policial e autodidata inglês John Heymer escreveu no livro Entrance Flame que o fenômeno ocorreria com pessoas em transe psicológico. A condição, provocada por isolamento social e solidão, desencadearia reações químicas e combustão

Combustão Humana Continuada

É a teoria mais aceita para explicar os casos, rejeitando a espontaneidade do fenômeno. Para especialistas, o que ocorre é que uma fonte de calor queima a pele de cinco a dez minutos, com a pessoa já morta. A queimadura abre uma fenda no corpo, por meio da qual a gordura subcutânea, que é inflamável, vaza. Essa gordura atua como combustível para o fogo e o corpo vira cinzas.

Na maior parte dos casos, o fogo parte de um fósforo ou cigarro aceso. Mas mesmo quando há outra origem ela não existe mais quando a pessoa é encontrada. Vira cinzas, como o corpo. O fogo não é a causa da morte. A pessoa morre um pouco antes. A gordura subcutânea é inflamável e faz parte do mecanismo que contribui para a combustão. Essa gordura se concentra no peito e no abdômen. Nas mulheres, também nos seios.

O cenário é encontrado intacto porque o fogo é baixo e localizado, embora seja longo e contínuo (dura cerca de seis ou sete horas). É por o fogo ser baixo que, em geral, ninguém vê que a pessoa está pegando fogo.