Como são feitas as cédulas?

Postagem sugeria por: Ronald Nicacio - RJ, @hogsmedia


Dinheiro é algo com que mexemos (quase) sempre, que gostamos de receber ou gastar. O que exige que aquelas notinhas sejam duráveis, já que passarão por várias mãos, serão dobradas dentro dos bolsos ou carteiras, serão amassadas, esticadas, enfim, serão maltratadas todos os dias. Uma nota de dinheiro é feita para durar, em média, dois anos. Além disso, cada nota deve ser exatamente igual às outras. Por esses motivos é que se usa uma refinada tecnologia em sua fabricação.

O dinheiro brasileiro é feito na Casa da Moeda, que fica no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, mas nem todas as etapas do processo de fabricação ocorrem propriamente nela. A Casa da Moeda tem 500.000 m² e emprega quase 2 mil funcionários. Além disso, ela tem capacidade para produzir 2 bilhões de cédulas e 1,2 bilhão de moedas por ano. As moedas levam dois dias para ficar prontas, enquanto as notas demoram nove.

Na fabricação das notas é usado um papel mais firme e mais áspero que o comum. Essas grandes folhas de papel que vão virar notas já chegam à Casa da Moeda pré-preparadas, fornecidas por empresas terceirizadas - que também entregam a matéria-prima que dá origem às moedas.

O papel já contém um fio magnético e recebe uma impressão de tinta invisível, na primeira fase da impressão (offset), que só poderá ser detectada com o uso de um lâmpada ultravioleta. Nessa fase, também é impresso o "quebra-cabeça", uma figura no topo das notas que muda, de acordo com o ângulo e a luz, para o valor numérico da nota.


A fase calcográfica é dividida em frente e verso da nota, o componente de segurança adicionado com a própria textura da impressão é o número escondido que pode ser visto a olho nu desde que contra a luz. Após essa impressão de relevo, há uma fase conhecida como holograma, na qual é impresso o número de valor da nota, de modo que sua cor varie conforme a luz para as novas notas de R$10 e R$20 ou a impressão de uma faixa holográfica para as notas de R$50 e R$100.

Algumas folhas de notas, no entanto, podem antes passar por um crivo manual, num exame feito exclusivamente por mulheres. Cada folha contém entre 45 a 50 cédulas, de acordo com o tamanho das mesmas. Roberto da Silva, gerente-executivo da divisão de impressão de cédulas, explica: "Tentamos usar homens, mas não deu certo. As mulheres têm de longe uma performance mais apurada nesse processo de triagem de alguns páginas". Roberto diz ainda que as páginas que precisam ser verificadas corresponde a 7% das folhas impressas. A produção é de cerca de 10 mil folhas por hora. As notas com algum defeito de fabricação são trituradas.


Após isso, há uma fase onde as notas são cortadas e recebem o número de série, impresso duas vezes: Uma no canto inferior, em preto, e uma em cima, em vermelho, com fonte crescente. Depois de um longo processo, um rígido controle de qualidade e cinco banhos de tinta, para dificultar a falsificação, o dinheiro está pronto. As notas são embaladas em maços e guardadas nos cofres, até serem entregues para o Banco Central.

As novas notas são fabricadas em impressoras de tecnologia alemã que podem imprimir as notas em 28 cores contra 18 das antigas máquinas. O tempo de impressão saltou, no entanto, de nove para 12 dias.