Por que os egípcios adoravam tanto os gatos?

Para terem uma noção da veneração egípcia dos gatos, os bichanos eram alimentados com pão embebido em leite e peixes do Nilo. Seguidamente, eram exibidos num cesto afim de receberem as homenagens do povo. Quando morriam, eram cobertos por um lençol e o seu corpo era tratado com óleo de cedro por um embalsamador. A criação de gatos sagrados, que eram usados em cultos religiosos, era uma prática frequente.
Foram descobertas dezesseis necrópoles de gatos, das quais as mais importantes estão localizadas em Beni-Hassan, no santuário da deusa-gato Bastet, em Saqqara e em Bubastis.
Quando foram enviadas para a Europa, estas múmias de gatos ficaram inicialmente conservadas no Museu de História Natural de Londres. Porém, o seu número era tão grande que acabaram servindo de fertilizante. Graças aos progressos nas áreas de radiologia, foi possível estudar estes antigos tesouros, os quais constituíram uma importante fonte de revelações.
Estes gatinhos eram muito jovens, tendo idades compreendidas entre os 2 a 4 meses ou os 9 a 17 meses. A marca de estrangulação presente no pescoço dos gatinhos demonstra que a sua morte nem sempre provinha de causas naturais.

Mas por que venerar tanto os bichanos? 
Simples: porque eles comem ratos. Quando os egípcios perceberam que os gatos eram a solução para controlar a quantidade de roedores, passaram a considerar os gatos membros da família e a encará-los como verdadeiros deuses. Mas esta veneração contou com o auxílio das autoridades, pois antes de o animal ser considerado sagrado, muitos bichanos eram servidos como prato principal às margens do rio Nilo.
A deusa Bastet, representada com cabeça de gato, começou a ser cultuada por volta de 3000 a.C. e representava o prazer, a fertilidade, a música e o amor. Rá, o deus Sol, e Ísis, a deusa da vida, também apresentavam traços felinos.